A atividade reuniu 50 participantes conduzidos por Mehmet Berkmen, pesquisador e Diretor Criativo do projeto, durante o 3º Workshop em Biologia Molecular Microbiana.
A abertura do 3º Workshop em Biologia Molecular Microbiana, sediado no campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP-RP) entre os dias 2 e 4 de julho, foi marcada por uma experiência criativa sobre as bancadas de um laboratório: a oficina “Bacterial Art”. Conduzida pelo pesquisador Mehmet Berkmen, a atividade reuniu 50 participantes em uma experiência que uniu arte e ciência por meio da criação de peças visuais com bactérias vivas. A proposta, que inaugurou a programação do evento com mais de 300 inscritos, incentivou a reflexão sobre novas formas de comunicar a ciência e aproximá-la do cotidiano.
Durante a oficina, Berkmen compartilhou sua trajetória pessoal, marcada desde cedo por uma convivência próxima com a arte e a ciência, e contou como essa dupla paixão deu origem ao projeto. “Em 2011, vi artes incríveis em um restaurante; conheci a artista que as produziu, Maria Peñil Cobo, e a convidei para fazer arte comigo”, recordou. O cientista destacou que, desde então, Cobo trocou os pincéis pelo laboratório e ambos vêm, juntos, descobrindo as possibilidades estéticas da microbiologia. “O laboratório virou seu estúdio”, comentou.
A fala de Berkmen também abordou o papel invisível, mas essencial, das bactérias no planeta. “Por 3 bilhões de anos, esse foi um planeta microbiano. Até hoje, 75% da vida na Terra é composta por microrganismos”, afirmou. Segundo ele, bactérias são antigas, diversas, estão em toda parte – de rochas subterrâneas a corpos humanos – e desempenham papéis fundamentais em diversos sistemas. Por isso, merecem maior visibilidade no imaginário coletivo. “Precisamos tornar o invisível visível”, provocou.
Após o bate-papo, os participantes colocaram a mão na massa – ou melhor, no ágar. Usando bactérias não patogênicas que se tornam coloridas na medida em que se desenvolvem, cada inscrito criou suas próprias obras vivas sobre placas de Ágar, uma substância gelatinosa usada para cultivar microrganismos. As peças revelaram suas cores e formas aos poucos com o crescimento das bactérias, criando, junto aos artistas, artes únicas e vivas. “Ao contrário da maioria das formas de arte, nossa ‘tinta’ está viva e vai viver, respirar e crescer com o tempo – muitas vezes de maneiras imprevisíveis”, diz o pesquisador no website do projeto.
O resultado das placas produzidas está disponível no Instagram @cepidb3.